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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 239 de 320.
14/02/2016 -
Pra entrar na minha casa
Por favor, bate o pé para entrar na minha casa. É casa simples, mas de fé, e merece ser respeitada. Tira o barro e a poeira, bate o pé na soleira da porta, deixando pra fora o que não é de agradar. Pode vir com todo amor, com muita cor e até trazer um bocado de flor, até uma vitória régia, mas nada de inveja, de sentimento que aleija, de mesquinhez, de frieza, de indelicadeza, de sordidez... Tira, tira o peso, a culpa, as máscaras, para entrar na minha vida, no meu lugar, no meu aledá. Por favor, respeite a minha fé, bate o pé para entrar no que sou e aproveite, de coração aberto, o que dou.

16/10/2015 -
Pra gente ser feliz
Pra gente ser feliz é preciso tão pouco que a gente nem acredita e por isso continua no sufoco. Felicidade não é troco, troca é. Felicidade não tem caroço nem se guarda no bolso e está entre o que eu digo e o que eu ouço. O feliz pende pro lado da simplicidade, da honestidade, da ingenuidade. A criança que ainda não conhece e o velho que já se esqueceu das regras do jogo têm mais chance de ser feliz sem engodo. Pra gente ser feliz basta se jogar no escuro, deixar pra lá o inseguro, pular o muro e não se importar se o destino tem furo. Ser feliz é pedir bis sem se importar se isso está dito ou escrito, se é piegas ou bonito. Ser feliz é se esquecer das armaduras, legiões e brasões, estradas e cruzadas, e se deitar sobre flor, flores-de-lis, e rolar, e beijar, e amar mais até do que o sonho nos quis. Pra gente ser feliz é preciso querer e fazer o que sempre quis o coração. Que tal a gente se esquecer do chão, da lei da gravidade, da lei da saudade, da lei da idade e se perder na gente mesmo sem chegada e sem partida, sem coisa proibida. Pra gente ser feliz é preciso deixar clarear a noite e escurecer o dia, pois é no encontro que se dá a poesia da felicidade. E a felicidade o que é senão nossa cidade interior a piscar igual vagalume, pirilume, cardume de luz num clarão, num ardume, numa encantação tão breve quão leve. E quem é que não se atreve à felicidade? Todo mundo pode, todo mundo deve ser feliz porque assim em seus mandamentos de sentimentos deus nos quis. Eu quero te fazer feliz para me fazer feliz pra gente ser feliz.

23/03/2011 -
Pra longe, vamos
Vamos pra longe, pra longe dos problemas. Dar adeus ao que o tempo esconde e se jogar na estrada. Vamos pra longe, pra longe dos dilemas. Colocar o sentimento na bagagem, comprar passagem para a mais apaixonada das luas. Vamos pra longe, virar à esquerda da terceira estrofe do poema. Vamos pra longe de todas as ruas que conhecemos. Vamos tomar rumo a partir do instante em que nos perdemos um no outro e nos envolvemos outro no um. Vamos pra longe, pra todos os lugares e pra lugar algum.
Vamos pra longe, pra longe dos velhos lençóis. Desatar os nós de marinheiros que os caminhos e descaminhos nos deram. Vamos pra longe, pra longe de cada um de nós. Inventar outro cotidiano, virar o ano, mudar o plano, entrar pelo cano, trocar o certo pelo engano. Vamos pra longe de um tempo a sós. Correr cidades, capturar momentos, redimensionar saudades. Vamos pra longe, pra longe no silêncio de um monge. Partir em segredo, sem medo de cair ou sorrir. ...
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16/07/2008 -
Pra onde vão os celulares?
A troca de celular virou rotina. Hoje, o aparelho telefônico móvel é substituível como qualquer peça de roupa ou acessório. Há uma verdadeira indústria da moda tecnológica por detrás dessas máquinas da comunicação moderna. Mas você já parou para pensar para onde vão os celulares antigos? Pois bem, uma pesquisa revelou que apenas três por cento dos celulares usados, em todo o mundo, são reciclados. Se você ficou assustado, se prepare: No Brasil, esse número cai para dois por cento. E o restante? Fica perdido por ai... ...
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23/12/2012 -
Pra pensar
Galinha caipira sempre comeu de um tudo, não tendo necessidade de fazer dieta. Porco toma banho de lama antes de a madame dizer que isso faz bem pra pele. Caldo de cana não vem na versão diet. Não importa quantas calorias, mas quantos estalos um torresmo dá na boca. A vaca para ser saborosa não pode ser exercitar, portanto, academia não é sinônimo de gostosura. Não há nada mais deselegante do que falar em colesterol enquanto a gema do ovo sangra vermelha no prato. Não se há preconceito de idade em relação a vinho ou cachaça. Quanto mais fizer chorar, melhor a cebola. ...
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08/12/2015 -
Pra refletir
Não importa o tempo quanto já há o entrelaçamento do que nos forma. O coração que informa do nascimento da paixão é o mesmo que deforma a imaginação. Falta certeza, sobra beleza. E vem o senhor das estradas e diz que somos tudo e nada. Ser feliz é viver cada amor como se fosse o derradeiro. Ser feliz é viver por um triz de corpo inteiro. Ser feliz é colher uma flor-de-lis onde plantou um coqueiro. A vida é o que nos surpreende, o que nos rende, o que nos apreende quebrando nossa expectativa. A semente só brota quando se quebra. Para chegar lá é preciso viver a queda. Só é feliz quem não medra. Não importa o tempo quanto já há o entrelaçamento do que nos forma. Só é feliz quem toma e permite ser tomado ao mesmo instante. Cante a felicidade e como o elefante não se esqueça dos seus. Dos seus dias, das suas euforias, das suas fantasias, das suas poesias. Do seu deus. De que tudo é ditado e sacramentado pela distância que há entre seu coração e sua mente. De repente, nada poderá separar o que ficou pra sempre.

09/09/2013 -
Pra ser feliz
Vá além de suas superstições, de seus dogmas, de seus aprendizados. Esteja pronto para reescrever o texto do destino. Mais do que sonhar, faça um novo final, mudando, desde já, o meio dessa história. A vida é cigana, não para, não para, não para. Fale de amor ao tempo e nunca de tempo ao amor. Cuidado com as palavras lançadas ao vento, que podem vingar nos lugares mais inesperados. Não deixe nós pela estrada, mas também não passe dias e noites desatando nós que você mesmo criou.
Troque de sorte como quem troca de roupa. Não mude de lado. Não ignore os sinais. Não despreze qualquer manifestação de energia. Cuide da terra que um dia cuidará do que vai sobrar de você. Não meça sentimentos, porque sentimentos não têm medida. Permita-se ao encantamento das criaturas mágicas. Entenda que nada é para sempre e que “ser intenso” não é um capricho, mas uma necessidade. Passe antes que passem por você. Só desista de voar depois que deixar de acreditar em asas.

14/10/2008 -
Pra valer a pena
Pra valer a pena, a vida não pode ser pequena. Pra valer a pena, há de haver um coração, um poema. Pra valer a pena, o resultado tem que ser dois no teorema. Pra valer a pena, vale sofrer com os leões da tua arena. Pra valer a pena, ria com hienas e voe sob renas. Pra valer a pena, há de se poetizar o trema. Pra valer a pena, encare o dilema sem se abater. Pra valer a pena, seja mais que prazer. Para valer a pena, não pode faltar um drama, um romance, um cinema. Pra valer a pena, a emoção tem que rasgar a cena. Pra valer a pena, há de se, absolutamente, viver. Pra valer a pena, há de se decidir entre o querer e o dês-querer. Pra valer a pena, há de captar um outro mundo em sua antena. Pra valer a pena, há de se jogar ao tema. Pra valer a pena, amena. Pra valer a pena......
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06/07/2014 -
Praiana
Ai, suas coxas pela noite roxa. Bocas mordidas pelas costas proibidas. A alegria frouxa, o gozo fácil. Seios despontando como dunas nascendo no clímax do terremoto. Um vulcão de desejos entre pernas que parecem lanternas brincando em alto mar. Mãos dançando pelo ar como velas estendidas ao vento. Pele perolada, sol nevado, curvas brilhando... Sonho dos faroleiros. Paixão dos piratas. Atração dos pescadores. Brisa que desliza pelas pernas lisas. Ondas de quebranto. Pés que rebolam. Pintinhas que colam. Santa sem manto. Dona do dourado. Delicadeza faraônica. Elasticidade de correnteza. Deliciosa, misteriosa, maliciosa nudeza. Corpo de areia, ampulheta humana. Espumas do mar em taças que brindam longe como silhueta do que não passa.

04/01/2012 -
Pranto de macaúba
Lá no fim da estrada tem um pé de macaúba, uma toca de coelho e a casa de uma viúva que fez votos com o silêncio. Lá, o mato passa da linha da cintura, o canário canta estalado, a lua parece um queijo do sertão. Lá pros fundos da mata corre um riacho com peixe bom. Tem história de curupira e de martim pescador. Quando chega o inverno, a geada cobre o campo numa invernada de trincar os ossos. A cadeira de balanço da varanda balança entre passado e futuro. Volta e meia do fogão a lenha da senhorinha sai um tabuleiro de bolo de fubá, uma caçarola de feijão e uma bacia de torresmo. ...
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