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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 278 de 320.
28/10/2015 -
Sete em um
Eu tenho sete vidas, mas um só espírito. Eu tenho sete chegadas, mas uma só partida. Eu tenho sete linhas, mas uma só verdade. Eu tenho sete céus, mas uma só lua. Eu tenho sete ondas, mas um só mar. Eu tenho sete quedas, mas um só chão. Eu tenho sete pecados capitais, mas um só perdão interior. Eu tenho sete virtudes divinas, mas uma só humanidade. Eu tenho sete notas, mas uma só melodia. Eu tenho sete cores, mas um só arco-íris. Eu tenho sete chackras, mas um só corpo. Eu tenho sete dias, mas uma só semana. Eu tenho sete anões, mas uma só branca de neve. Eu tenho sete possibilidades, mas só uma escolha. Eu tenho sete raios, mas só uma tempestade. Eu tenho sete paixões, mas só um amor. Eu tenho sete casas, mas só uma morada. Eu tenho sete reinos, mas um só povo. Eu tenho sete curvas, mas só uma estrada. Eu tenho sete flechas, mas só um arco.

22/11/2013 -
Sete fábulas
Uma especial e seis comuns sentimentando por meio de filosofias e teorias amoríticas. Uma fada e seis bruxinhas enfeitiçando o mundo e (des)conjurando homens dos mais diversos reinos. Uma lua e seis estrelas orbitando em torno de um mesmo tema: a felicidade, em caráter de urgência urgentíssima. Uma arqueira e seis flechas sendo disparadas aos olhos cheios, minguantes, crescentes ou novos por ali ou em lugares remotos.
Uma bela e seis risonhas falando e revelando e apontando seus sonhos, seus projetos, suas expectativas. Uma poesia e seis não escritas tentando encontrar o caminho da fantasia ilimitada. Uma anja e seis criaturas baixas espalhando milagres e pecados pela noite escura. Uma brisa e seis tempestades se movimentando espontaneamente. Uma princesa e seis plebleias bebendo suas mais preciosas experiências já ou ainda não vividas....
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27/07/2012 -
Sete Princesas
Sete espíritos. Sete mulheres. Sete princesas. Sete princesas de Mãe Yara, reunidas na Cachoeira do Jaguar. Sete espíritos que participaram das encarnações dos Jaguares. Sete meninas que viveram em Pompéia, cidade romana dos vícios. Sete moças que morreram na erupção do Vesúvio. Sete espíritos que se entregaram à revolta. Sete espíritos encarnando várias vezes na estrada da evolução. Sete espíritos que demoraram a deixar as marcas da vida leviana em Pompéia. Sete espíritos incluídos no plano redentor da escravidão. Seis nasceram como filhas de escravos e uma como filha de colonizador português. ...
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Sete saudades
Noite. Não me pergunte por onde andava a lua. Havia quem dissesse que ela se despregara do céu. Havia quem dissesse que se atirara ao mar. Havia quem dissesse que chorava num quarto, inteiramente, escuro. Eu preferia não dizer nada.
A noite nos lustres. Quantos os sonhos daquelas estrelas artificiais. Os anjos, os santos, os deuses. As vozes tristes de um coral que sorria. A voz lenta e grave que enchia o ambiente. Um homem vestido de branco. Os enfeites, as flores. Talvez fossem sete flores, cada qual na sua cor, no seu perfume, no seu texto. Sete vozes, cada qual no seu ritmo, no seu tom, no seu corpo. Sete lustres, sete mil lâmpadas, sete milhões de sonhos. Sete vinhos, sete uvas, sete sabores. Sete mãos, sete colheitas. Sete pães, sete trigos, sete ceifas. ...
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07/09/2011 -
Sete setembros
Eram sete pedros, sete gritos, sete cavalos, sete ipirangas. Era sete dúvidas, sete desejos, sete mentiras, sete libras esterlinas. Eram sete coroas, sete chacotas, sete personagens, sete botas. Eram sete verdes, sete amarelos, sete riachos. Eram sete príncipes, sete espadas, sete ilusões. Eram sete independências, sete mortes.
Eram sete contestadores, sete guerras, sete iluministas. Eram sete napoleões, sete destinos, sete fugas. Eram sete colônias, sete políticas, sete acordos, sete pecados. Eram sete famílias, sete amores, sete traições. Eram sete contradições, sete escravocratas, sete sonhadores. Eram sete prosas, sete territórios, sete purgatórios. ...
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16/04/2015 -
Sete vezes sete
Naveguei por sete séculos, sete mares, sete espaços até chegar aos meus sete vezes sete amores. Foram sete ilusões, sete traições, sete perdões. Sete vezes o meu corpo no seu corpo. Sete milhões de beijos, sete milhares de abraços, sete infinitos olhares trocados, confiados, guardados, jurados para sempre. Sete universos contidos em sete zilhões de poemas vem verso e em prosa. Sete espelhos com sete mil reflexos. Sete luas, três além das conhecidas nova, cheia, minguante e crescente. Sete raios, sete linhas, sete cruzas em sete estradas consecutivas. Sete corações com sete, setenta, setecentos mil, milhares, milhões de sonhos, projetos, esperanças... Sete vidas num retrato sete por sete. Sete passos entre os sete de ontem, os sete de agora, e os sete que virão. Sete filhos de sete tempos. Sete nuvens riscando os sete céus. Sete sementes vindas de sete frutos advindos de sete flores bem-vindas de sete pássaros. Sete pares de asas ou de pernas ou de nadadeiras dançando ao som de sete músicas. Sete promessas, sete confissões, sete novelas nas sete cores de uma aquarela. Sete janelas dando para sete horizontes, montes, frontes... Sete cabalas, sete rezas, sete mantras, sete pontos de força, sete luzes no sétimo da fé. Sete caminhos, sete destinos, sete rios. Sete passagens, sete viagens, sete paisagens. Uma aposta de sete para sete. Sete galáxias de palavras, sentimentos, ações e pensamentos. Sete pés a sete mil pés em sete pés de vento. Sete operações, sete mil transações, sete milhões de relações. Sete profecias, sete mil fantasias, sete milhões de poesias. Sete colinas de Roma, sete torres de Constantinopla, sete sacramentos. Sete algarismos romanos, sete tiranos, sete elevado a sete planos. Sete cores, sete notas, sete virtudes. Sete pecados mortais para sete mil pecados casuais para sete milhões de passados culpados deixados pra trás. Sete portas para o inferno, sete pedras para afugentar o demônio, sete quedas de Cristo. Sete primaveras para um novo tempo. Sete Cleópatras para chamar de rainha, sete jóias de Chakravarti, sete mistérios rondando a coroa. Sete vezes sete dias de meditação de Buda debaixo de uma árvore de sete sombras e sete luzes. Sete sábios nascidos do olho direito de Amon Rá, sete cegos de paixão nascidos a cada sete milionésimos de segundo no mundo. Sete glórias e sete espadas atravessadas no peito da Virgem. Sete tubos na flauta de Pã, sete cordas na lira de Apolo, sete véus na cabeça de Íris. Sete meninas e sete meninos sacrificados para satisfazer a fome do Minotauro. Sete segredos, sete revelações, sete dúvidas na cabeça dos sete. Sete fôlegos, sete eclipses, sete gozos para chegar ao sétimo céu. Sete charadas da esfinge para abrir o que foi trancado a sete chaves. Sete labirintos habitam o bicho de sete cabeças. Sete dias, sete elegias, sete romarias. Sete braços para fazer sete mil abraços, sete milhares de milhões de adeuses, um só candelabro. Sete trombetas, sete milagres, sete ventres, sete partos. Sete, o triângulo e quadrado no mesmo ângulo. Sete tribos de sete constelações de sete almas de sete sopros de sete inspirações. Sete vezes sete romances para além do alcance do sétimo filho da solidão com a saudade, partida sete vezes como espelho de sete anos de azar. Sete vidas felinas, sete cruzes maltinas, sete esquinas de sete quinas. Sete pontas, sete contas, sete montas. Sete retas, sete curvas, sete setas, sete viúvas no estradão dos sete. Sete milhões de sete milhares de amores professados, lançados, depositados nos sete leitos do nascido do sete sétimo.

29/09/2013 -
Seu Antônio Catireiro
Seu Antônio Catireiro chega batendo as mãos e os pés. E é nessa batida que ele se comunica, conversa e versa. Seu Antônio Catireiro conta causos de fé, de bicho e de mulher. Sapateando pra lá e pra cá, com seu cateretê seu Antônio só falta fazer chover.
Seu Antônio Catireiro já foi carreiro, roceiro, relojoeiro e taxista, mas foi na batida da catira que ele virou artista de janeiro a janeiro. É nessa batida que ele chega pra mor de cuidar, de encantar, de festejar... Sinônimo de alegria, seu Antônio Catireiro vem na cantoria. ...
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14/10/2012 -
Seu Caboclo Liberato
Seu Caboclo Liberato, rei do mato, em ligação direta com a linha de Oxóssi, dê-me a sua proteção. Caboclo do cabelo de índio e dos olhos verdes, serdes o meu guia no clarão da noite, na sombra do dia. Com seu facão, vá abrindo a picada do meu destino. Seu Caboclo Liberato é espírito corajoso e trabalhador, idoso com o coração de menino, homem com asas de condor. Seu Caboclo Liberato aparece de chapéu de palha, roupa remendada e engomada, e bigode. Com Caboclo Liberato nem o diabo pode.
Seu Caboclo Liberato faz valer o sangue da terra vermelha trazendo uma centelha acesa nos olhos. Seu Caboclo Liberato entende a língua dos bichos, conversa com o vento, doma o fogaréu, leva e traz as nuvens do céu. Seu Caboclo Liberato sabe o feitiço da chuva e o que se esconde atrás de cada curva. Tudo o que seu Caboclo Liberato toca, dá fruto, semente e flor. Chega aboiando e assoviando, fazendo escarcéu junto dos boiadeiros. Conhecido por sua alma de pássaro e por suas rédeas de aço....
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30/07/2015 -
Seu jeito de amar
Num dia você me chama carinhosamente. Noutro, manda-me embora como se eu nem fosse gente. A mesma boca que grita é aquela que me enche de palavras bonitas. A mão que dá adeus é a que busca os seus prazeres e me dá conforto. Quando você me deseja morto eu sei que me quer bem, que é o seu jeito de dizer que ama e tem medo de amar também.

23/11/2014 -
Seu Liberato manda chuva
Seu Liberato, caboclo do mato, converse, por favor, com as nuvens pra chuva mudar o retrato dessa paisagem. Ocê que entende e fala a língua dos ventos, traz as nuvens negras, carregadas de água e sentimento. Vê o sofrimento do lavrador. Escuta o lamento das árvores que morrem à mingua nessa sequidão. Tem planta lá do morro que já nem grita mais por socorro tamanha rouquidão. Mas ocê, seu Liberato, que é feito do sangue do mato, pode ouvir o coração empoeirado, seco e atrofiado desses campos que não cansam de pedir chuva aos santos. É tanto pó que a estrada anda ruiva. A mina já não corre mais pras bandas do seu mundo. O poço da casa grande agora tem fundo. O desespero de bicho, planta e gente é profundo. Peça para Tupã que traga água para essas crias que ardem numa febre terça. Que venha a chuva antes que a terra do amanhã tenha olhos de viúva.
