Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 261 textos. Exibindo página 4 de 27.

22/06/2012 - São 80 anos

São 80 anos de aventura desde que uma portuguesa deu à luz ao filho de um caboclo. São 80 anos de muitos sonhos e grandes paixões. São 80 anos vencendo obstáculos, quebrando demandas, criando um mundo à parte. São 80 anos de valsas e arrasta-pés. São 80 anos transformando terra em comida. São 80 anos de um bom plantio, ponteando sempre em frente feito rio. São 80 anos de assovio. São 80 anos de sangue e seiva. São 80 anos de retalhos e sanfonas povoando sua alma. São 80 anos de vida raiada. São 80 anos encontrando sacis, lobisomens, mulas sem cabeça, boitatás e outras criaturas tão fantásticas quão sua existência. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

03/03/2013 - São Caetano Veloso

Se eu fosse papa, santificaria, em caráter de urgência urgentíssima, Caetano Veloso. Um santo vestido com roupas de tropicália. Sua oração terminaria da seguinte forma: “amém, ou não”. Um santo de Odara, que pensa e reza pelo Haiti que existe dentro de cada um de nós. Um ser coroado de sensibilidade e consagrado à emoção. Caetano, o último santo romântico. O santo e a tigresa, o santo sem tradução, o santo que cruza a Ipiranga com a São João. Se cantar é orar duas vezes, caetanear é estar duas mil vezes mais próximo de deus. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

São demais

São demais os mistérios que rodeiam uma mulher. São demais as cores e as sombras que fazem uma mulher. São demais as orquestras que habitam o silêncio de uma mulher. São demais os perigos que se afogam no colo de uma mulher. São demais os feitiços que rondam os olhos de uma mulher, (são elmos, magos, bruxas, fadas, deuses de todos os credos que se dão nos olhos de uma mulher). São demais os sonhos adormecidos no cabelo de uma mulher. São demais as formas que a geometria não soube definir presentes em uma mulher. São demais os apelos que exalam de uma mulher. São demais os ângulos criados pelo andar de uma mulher. São demais os murmúrios trazidos pelos segredos de uma mulher. São demais as alucinações que mesmo em face de tantas impossibilidades emergem de uma mulher. São demais os medos provocados por uma mulher. São demais os planos em que se esconde uma mulher. São demais as loucuras (em forma de prazer ou sacrifício) feitas por e para uma mulher. São demais os enganos escondidos em uma mulher. São demais os escândalos. São demais as hipóteses. São demais as vontades. São demais os amores hipocondríacos que se alimentam dos mistérios de uma mulher....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

19/03/2013 - São José de Moji-Mirim

Hoje é feriado na longínqua Moji-Mirim, cidade onde nasci e cresci. Dia de o comércio fechar as portas, dos jovens dormirem até mais tarde sem compromisso de estudar, das mulheres capricharem um pouco mais no almoço. Dia de todos louvarem o padroeiro, São José. Dia da matriz, na praça central, suntuosa em curvas e lustres, estar em festa, recebendo fieis para missas e procissão. Dia dos sinos badalarem em alto e bom som. Dia de homens e mulheres, velhos e crianças, saírem pelas ruas da cidade carregando velas, terços e preces. Dia dos agricultores se voltarem ao céu pedindo chuva. Dia de simpatias e rezas fortes para o esposo de Maria. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

12/06/2008 - São Valentim

Era uma vez, um imperador violento e de índole ruim chamado Claudius II. Estamos na Roma Antiga, época em que o Coliseu recebia guerreiros que se degladeavam em carruagens e enfrentavam leões sem arma alguma nas mãos. Época dos grandes duelos e do fortalecimento da religião católica. Querendo expandir ainda mais seu império pelo continente europeu, Claudius II proibiu os casamentos. Queria formar um grande exército e para isso era conveniente que os jovens não tivessem família.

Mas um padre romado, chamado Valentim, recusou-se a cumprir essa ordem. Continuou a realizar casamentos pelo reino. Só que com um porém: as cerimônias eram realizadas em segredo. A prática foi descoberta e o padre foi preso. Enquanto encarcerado, jovens atiravam flores e bilhetes em direção a sua cela enaltecendo o amor. Para ira do imperador, a prisão do padre foi pior do que sua liberdade. Afinal, os jovens haviam se unido em torno da causa do amor. E estavam dispostos a lutar por ela....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

07/10/2013 - Sapateia

Sapateia, oi, sapateia, sapateia que o céu clareia. Sapateia, sapateia, êêê sapateia, que a vida incendeia. Sapateia aqui, sapateia lá, sapateia ali e acolá. Sapateia, sapateia descalça, de sapato e de meia. Sapateia seu sapateado na veia. Sapateia no asfalto, no mato, de salto, por amor e na areia se for para chamar a sereia.

Sapateia, ai, sapateia, sapateia da minguante à lua cheia. Sapateia, sapateia, ôôô, sapateia firme, mas sem arrebentar a teia. Sapateia, sapateia, ah sapateia beleza espantando a cara feia. Sapateia, sapateia cada nota, sapateia dando volta, sapateia na cama, no telhado e na porta. Sapateia, sapateia e serpenteia.


Comentar Seja o primeiro a comentar

04/05/2013 - Sapo, sapo

Nunca fui amante de estádios de futebol, que também nunca foi meu esporte favorito. Pelos vãos da minha memória, ecos de uma torcida vestida de vermelho e branco gritando “sapo, sapo”, em incentivo ao time do Mogi-Mirim, que leva o mesmo nome da minha cidade natal. Por entre esses gritos, surge a imagem de meu pai sentado nas arquibancadas de madeira que viraram de concreto com o passar dos anos ou em pé junto ao alambrado, em uma das laterais do campo ou no fundo de algum dos gols. Independentemente do lugar, lá estava ele com os olhos dentro de campo e o ouvido colado em um radinho de pilha, acompanhando a partida. Na maioria das vezes, sozinho no meio da multidão ou de alguns gatos pingados, conforme a campanha do time. As lentes daqueles óculos já testemunharam gols de tirar o fôlego, passes mágicos, lances maiores que o tempo. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

01/11/2011 - Saravá a todos os santos

Hoje é dia de todos os santos. Hoje é dia de Santa Bárbara e de Iansã. Salve a senhora dos raios! Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição e de Iemanjá. Salve a senhora do mar! Hoje é dia São Jerônimo, de São João e de Xangô! Salve o senhor da justiça. Hoje é dia São Jorge e de Ogum. Salve o senhor da guerra! Hoje é dia de Santa Ana e de Nanã. Salve a senhora da morte! Hoje é dia de São Sebastião e de Oxóssi. Salve o senhor das florestas! Hoje é dia de Jesus e de Oxalá. Salve o senhor da terra e dos céus! Hoje é dia de São Lazaro e Obaluaiê. Salve o senhor da cura! Hoje é diade Nossa Senhora das Candeias e de Oxum. Salve a senhora da beleza! Hoje é dia de São José e de Ossaim. Salve o senhor das ervas. Hoje é dia de Santo Expedito e de Logun Edé. Salve o senhor da pureza. Hoje é dia de Santo Antônio e de Exu. Salve o senhor dos caminhos! ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

19/06/2008 - Sarcoma do retroperitônio

Independentemente de ideologias, há de se admitir que José Alencar, nosso vice-presidente, é um vencedor. Se não bastasse ter saído de uma infância pobre para se tornar um dos principais empresários do país, acaba de vencer um câncer complicado. A notícia de que após uma bateria de exames os tumores desapareceram do organismo de José Alencar trouxe um sentimento de felicidade para milhares de brasileiros que se renderam à simpatia deste mineiro. Desde 2006, o vice-presidente enfrenta um tipo de tumor raro conhecido como sarcoma do retroperitônio que o fez passar por três cirurgias e ver a morte bem de perto. ...
continuar a ler


Comentários (1)

Sarjeta

Sem atender as reivindicações do Ministério da Saúde, a fumaça de um cigarro mais atrevido requeima os tecidos da noite. Para os metereologistas, uma noite úmida. Para os desesperados, chuva à frente. Para os poetas, uma noite choramingando seu pranto tanto em forma de sereno.

Entre a fumaça, uma menina de rosto sujo pedindo esmola, um vendedor de botões de rosa nem sempre cor-de-rosa, um garçom vestido de garçom que escuta demais e um celular que toca o tema de um filme. Sobre esse pano de fundo, ela exibe seu portifólio de sorrisos. Outra cuba. O rum dos piratas de além mar. A coca-cola de uma geração proibida. O gelo dos ursos polares que estão derretendo. Todos esses elementos se misturando com a saliva daquela última Eva. E ela nem mesmo se chama Eva, não namora nenhum Adão, mas sabia de todos os pecados contidos em uma maçã. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   2  3  4  5  6   Seguinte   Ultima