Daniel Campos

Prosas

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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 177 de 320.

03/01/2012 - Corações

Coração semeado. Coração doado. Coração suado coração sem saída. Coração de salto. Coração tensionado. Coração impermeável. Coração não durável. Coração inflexível. Coração de aço. Coração de corda. Coração de inverno. Coração de vento. Coração de pilão. Coração de peso. Coração pra viagem. Coração vacinado. Coração bobagem. Coração viralata. Coração solidão. Coração de pano. Coração oceânico. Coração verde. Coração canção. Coração de fora. Coração curioso. Coração indiscreto. Coração secreto. Coração magnético. Coração monossilábico. Coração condor. Coração de batom. Coração do porto. Coração ponto cruz. Coração civil. Coração de lado. Coração atrasado. Coração de centavos. Coração nu. Coração em silêncio. Coração propenso. Coração parcial. Coração enfeitiçado. Coração na floração. Coração nas nuvens. Coração com ferrugem. Coração proibido. Coração rei. Coração de mirra. Coração de incenso. Coração de ouro....
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02/01/2012 - Novo ano, velhos demônios

O novo ano começa, mas os demônios de outrora insistem em nos atormentar. Afinal, independentemente de tempo, eles não se conformam com a felicidade alheia. Por isso, importunam, azucrinam, infernizam. Malditos demônios que doídos de insucesso e de solidão querem, a qualquer custo, contaminar o mundo com suas tristezas, desilusões e desgraças. Demônios que torcem contra, que trabalham para o mal, que se aliam aos seus. Aliás, um demônio cheira o outro.

Se fosse cinema, bastava cravar estacas em seu peito, queimar seus ossos, aspergir água benta, rezar um exorcismo... No entanto, trata-se de vida real. Misturam-se na multidão, infiltram-se na família. Mas não se esqueça que por detrás da pele humana existe a monstruosidade. Os demônios nos oferecem sorrisos quando, na verdade, querem nosso pranto. Afinal, demônios são infelizes por natureza. Para sobreviverem, alimentam-se de traições, de desrespeitos, de falsidades......
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01/01/2012 - Novo ano novo

O novo ano explodiu em fogos de artifício. O ano novo nasceu predestinado a viver intensamente por doze longos e breves meses. O novo ano estourou como rolha de champanhe. O ano novo germinou como uma semente de amanhã. O novo ano chegou sem atrasos e com todo glamour. O ano novo pintou e bordou o sete, comendo sete uvas, pulando sete ondas, contando sete histórias. O novo ano começou musical e dançante, improvisando pulos e espetáculos. O ano novo veio numa onda de vento, num pé de mar, no contrapé de um pensamento. O novo ano veio fazendo malabarismos e acrobacias. O ano novo arrepiou em calafrios de medo e surpresas, escorreu em suores de prazer e belezas....
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31/12/2011 - Capítulo 68

Sebastian acorda. Na verdade, acorda para outro plano. Levanta-se de seu corpo. Nada de sustos ou de dramas. Pela primeira vez em sua experiência medúnica recente tem plena consciência enquanto perispírito. Enxerga seu corpo físico, a luminosidade do cordão de fluídos que o prende mantendo-no vivo na crosta terreste, Malena deitada ao seu lado na cama. Não está em outro mundo como das outras vezes, mas em seu próprio quarto.

Em sua frente, sentado numa poltrona vermelha, um homem de quarenta anos, estatura mediana, moreno claro, de olhos castanhos e cabelos longos e lisos cobertos por um chapéu de feltro. Veste calças marrons e camisas de mangas longas. Traz uma bengala em uma das mãos. ...
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31/12/2011 - Capítulo 69

Malena se remexe na cama. Alonga os braços. Diz palavras inintendíveis. Sebastian se assusta, quer voltar para o corpo. Jhaver estende a mão, acalma Malena e traz Sebastian de volta para as proximidades de sua poltrona.

- Pode ficar calmo. Ela está bem. E eu ainda não terminei. Nossa conversa já chamou atenção de quem não devia. Ainda estamos seguros, mas temos pouco tempo.

- Como você escreveu no livro em que sou personagem principal, depois de séculos reinando como Castigador, decidi optar por outro caminho. Um caminho de plena luz. Depois de tanto ser castigado, senti-me confortável no papel de Castigador. Buscando justiça a qualquer preço, independentemente das conseqüências. Cumpri muito bem meu papel. No entanto, quando me deparei novamente com você senti que ainda tinha algo por fazer, que minha evolução não estava terminada. ...
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31/12/2011 - O fim do mundo

Se a previsão dos Maias for confirmada, esta pode ser a nossa última virada de ano. O fim do mundo está previsto para o dia 21 de dezembro de 2012, o dia do solstício. De certa forma, no plano místico, tudo está sendo encaminhado para a concretização deste enredo. Afinal, 2012 será regido por Oxalá, o orixá da renovação, e por Oxum, a senhora das novas vidas. Portanto, o próximo ano será de muitos nascimentos e renascimentos. Porém antes de nascer e renascer é preciso morrer.

Oxalá prevê a recriação do mundo, dos homens, das relações e Oxum traz à tona a gestação de um novo tempo. Oxalá, o senhor dos panos brancos, e Oxum, a rainha dourada, vão passar de mãos dadas em 2012, trazendo promessas de paz e amor. Oxalá, o guerreiro pacificador, e Oxum, a mãe da vaidade, vão nos conduzir à morte para que a partir dela encontremos um novo mundo. Oxalá é considerado o fim pacífico de todos os seres. Oxalá é quem determina o fim da estrada, o fim da vida, o momento de partir em paz. ...
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30/12/2011 - Zerar

Zere suas dívidas, principalmente aquelas as quais você é o principal credor. Zere suas pendências, encarando tudo o que lhe levou a fugir ou esconder o ano todo. Zere seus sonhos, sonhando tudo de uma vez sem qualquer moderação. Zere sua fome, dando de comer ao seu estômago, ao seu cérebro, ao seu coração. Zere seus medos, tornando-se seu próprio herói. Zere sua realidade, a partir de uma overdose de fantasia. Zere suas lágrimas, abrindo as comportas do pranto. Zere seus tempos, de modo que os relógios percam suas funções....
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29/12/2011 - Associações

Lua fora de controle. Pássaro em curto-circuito. Roseira de barriga. Coração sob pressão. Esperança na caçarola. Futuro fora de foco. Vagalume bêbado. Alma em pedaços. Amor em transe. Esperança em trânsito. Sonho em ziguezague. Saia de abajur. Sexo em braile. Céu remendado. Tempo partido. Desejo mordido. Réstia de sorriso. Pranto de cebola. Corpos em valsa. Instintos em jogo. Olhar de tatuagem. Sombras de nanquim. Paixão papel carbono.

Uivo de estrela. Um conto de fadas. Dois vinténs de bruxas. Chama que não vem. Pacto de lobos. Cabelo de vento. Mar de pedra. Era de primavera. Signo musical. Lembranças de parafina. Adeus no portão. Fome de prato feito. Menu de solidão. Lirismo de alfaiataria. Fantasia em pó. Batom de giz. Fotos em movimento. Mancha de ciúme. Santa vingança. Pecado anônimo. Cruz de ateus. Silhueta de fumaça. Felicidade de cortiça. Palavras à toa. ...
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28/12/2011 - Dando-me

Eu me dou. Por inteiro e também pelas metades, pelos quartos, pelos terços, eu me dou. Eu me dou para ela, nela, dela. Eu me dou a cada vez como nunca me dei e talvez como nunca mais vou me dar. Eu me dou a qualquer hora, em todo lugar. Eu me dou ao ar, ao fogo, na água e na terra. Eu me dou à luz e à sombra da lua eu me dou em passos de bolero, na batida do samba, na corda da viola. Eu me dou entre quatro paredes e no meio da multidão. Eu me dou com todo cuidado e sem nenhum juízo. Eu me dou de papel passado e no boca-a-boca. ...
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27/12/2011 - Pra confundir

Eu não sou daqui. Eu não vim de lá. Eu não me conheço. Eu não sou de ter endereço. Eu ainda não descobri o meu preço. Eu não sou de falar. Eu não sou de sorrir. Eu não tenho direito ou avesso. Eu não tenho nome, sobrenome, codinome. Eu não tenho sede, não tenho fome. Eu não tenho som. Eu não tenho santo. Eu não tenho dom. eu não sou de encanto. Eu não sou de telefonar. Eu não sei pedir. Eu só faço blefar. Eu não sou de fugir. Eu não sou de cair. Eu nasci para dançar.

Eu não sou deste mundo. Eu não vim desta vida. Eu não começo sem terminar. Eu não apareço no espelho. Eu não sou de chuva. Eu não nasci para viúva. Eu não sou da lida. Eu não sou raso, não sou profundo. Eu não sou de dobrar o joelho. Eu sou o livro que não li. Eu ainda não me descobri. Eu não sou de não me apaixonar. Eu não fotografo bem. Eu não sou de ficar refém. Eu não sou da luz. Eu não morri numa cruz. Eu não sei esquecer. Eu não sou e desdizer. Eu não vivo para me entender. ...
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