Ou exibir apenas títulos iniciados por:
A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todosOrdernar por: mais novos
Encontrados 3193 textos. Exibindo página 183 de 320.
05/11/2011 -
Quantas horas o tempo esconde?
Quantas horas o relógio esconde? Quanto tempo ele nos subtrai por detrás de seus ponteiros ou de seus dígitos? O tempo cronológico, com suas 24 horas oficiais, é muto pouo para abrigar o tempo psicológico, o tempo sentimental, o tempo astral.
Quantas horas o relógio esconde? Um beijo de segundos é muito mais intenso do que 72 horas de solidão. O gosto de uma fruta madura dura uma vida inteira na boca que a tem um única vez. O tempo é coletivo, mas repleto de individualidades.
...
continuar a ler

04/11/2011 -
E se não fosse você
E se não fosse você, qual seria o porquê dessa caminhada por abismos e desertos, pisando em pedras, espinhos e desafetos? E se não fosse você, qual seria o meu teto, o meu trajeto, o meu traje de passeio completo? E se não fosse você, onde estaria o exagero e o discreto? E se não fosse você que nome balbuciaria em meu dialeto? E se não fosse você quem eu desejaria perto?
E se não fosse você, onde eu colocaria todas as razões, motivações e pretextos para subir, cair e seguir em frente. E se não fosse você, onde se encaixaria e, se enlaçaria e se abraçaria o elo da minha corrente? E se não fosse você o que seria do meu “eu” mais carente? E se não fosse você teria de me transformar num outro tipo de tempo, nem consciente nem onipresente, um tempo simplesmente ausente. ...
continuar a ler

03/11/2011 -
Só mais um dia...
Só mais um dia depois de outro dia. Só mais um dia. Nada mais. Nada menos. A mesma dose diária de poesia. A mesma contagem do tempo. A mesma maneira de amanhecer, de adormecer. A mesma divisão entre realidade e fantasia. Hoje é a continuação da continuidade de um dia contínuo. Hoje não é o começo ou o fim, apenas o meio de uma história que tem neste dia apenas mais um capítulo, mais uma página, mais uma linha ou um verso.
Hoje é só mais uma luta, mais uma oportunidade, mais uma jogada. Um passo adiante outro passo, uma sílaba atrás de outra sílaba, um pulso ao lado de outro pulso, num imenso comboio de pensamentos, atitudes e sentimentos que segue em círculo, circulando pelo circuladô. Só mais um dia dividido entre o oficial e o clandestino, entre a quebra de expectativa e o destino, entre o sal e o doce de um tempo sitiado entre o duradouro e o repentino. Só mais um dia depois de outro dia. ...
continuar a ler

02/11/2011 -
Dia de Finados
Faça uma lista dos seus mortos para chorar hoje. Uma lista dos familiares que conheceu e dos que não conheceu. Uma lista dos amigos e dos inimigos. Uma lista dos heróis e dos mitos. Uma lista daqueles que não encontra mais. Uma lista dos vizinhos e dos que moravam distantes. Uma lista das pessoas que você amou. Faça uma lista dos sonhos que teve que enterrar, das esperanças perdidas, dos desejos abortados. Uma lista dos “eus” que morreram em você. Faça uma lista completa de seus mortos para chorar no dia de hoje. ...
continuar a ler

01/11/2011 -
Saravá a todos os santos
Hoje é dia de todos os santos. Hoje é dia de Santa Bárbara e de Iansã. Salve a senhora dos raios! Hoje é dia de Nossa Senhora da Conceição e de Iemanjá. Salve a senhora do mar! Hoje é dia São Jerônimo, de São João e de Xangô! Salve o senhor da justiça. Hoje é dia São Jorge e de Ogum. Salve o senhor da guerra! Hoje é dia de Santa Ana e de Nanã. Salve a senhora da morte! Hoje é dia de São Sebastião e de Oxóssi. Salve o senhor das florestas! Hoje é dia de Jesus e de Oxalá. Salve o senhor da terra e dos céus! Hoje é dia de São Lazaro e Obaluaiê. Salve o senhor da cura! Hoje é diade Nossa Senhora das Candeias e de Oxum. Salve a senhora da beleza! Hoje é dia de São José e de Ossaim. Salve o senhor das ervas. Hoje é dia de Santo Expedito e de Logun Edé. Salve o senhor da pureza. Hoje é dia de Santo Antônio e de Exu. Salve o senhor dos caminhos! ...
continuar a ler

31/10/2011 -
As bruxas de antes...
Saudade do tempo em que as bruxas eram apenas criaturas dos contos de fada e da mitologia. Criaturas distantes e encantadas. Criaturas que faziam suas poções em caldeirões e que viviam ao lado de corvos e gatos pretos. Guardavam livros mágicos e proferiam palavras em uma língua estranha. Voavam em vassouras e transformavam seus desafetos em sapos e pedras. Eram o pior pesadelo das crianças e das princesas. Punham medo com seus narizes grandes e verrugas cabeludas. Usavam chapéus pontiagudos e capas escuras. Moravam em casinhas distantes no meio da floresta. ...
continuar a ler

30/10/2011 -
Louco amor...
Eu quero um texto conjugado em um tempo ainda não conhecido pelo homem, mas já vivido pelas criaturas que amam sob a égide da loucura. Um tempo que por mais louo que seja é lúcido em seu propósito maior: amar, amar, amar sobre todas as coisas. Tempo tão lúcido que os detalhes desse amor impregnam nas memórias daquele que o vive. Um tempo capaz de trazer o futuro para o passado e de levar o ontem de volta ao amanhã.
Eu quero uma lua cheia ao meio-dia, um sol de verão à meia noite e um eclipse a cada beijo. Que o beijo seja pensado, imaginado, sonhado. Mas que aconteça ao acaso. E que quando seja concretizado, traga uma situação tão inacreditável, improvável, inalcançável que coloquem em dúvida sua existência, colocando esse beijo num tempo ilusório. Será que de fato existiu? O beijo? O tempo? É como se o tempo real deixasse de existir durante o encontro das suas bocas apaixonadas....
continuar a ler

29/10/2011 -
Cem anos de Nelson Cavaquinho
Cem anos daquele que viu os barracos como castelos. Cem anos daquele que nunca viu uma criança nascer sorrindo. Cem anos daquele que pisava em folhas secas. Cem anos daquele que em seu jardim só colheu saudade. Cem anos daquele que percorreu os degraus da vida. Cem anos daquele que atrasava o relógio para enganar a morte. Cem anos daquele que queria roubar as gotas de luar dos olhos da criatura amada. Cem anos daquele cuja voz rouca ainda arranha nossos ouvidos.
Cem anos daquele rei vadio. Cem anos daquele que descobriu que nem todos são amigos. Cem anos daquele que sabia que um palhaço chorava por alguém que não o amava. Cem anos daquele soldado do samba. Cem anos daquele que nos contou como é o pranto de um poeta. Cem anos daquele que não queria vingança. Cem anos daquele que descobriu outra afinação e outro jeito de tocar violão. Cem anos do parceiro de bambas como Cartola, de Guilherme de Brito, de Zé Keti. Cem anos do boêmio que passou quatro noites sem comer ou dormir, apenas bebendo. ...
continuar a ler

28/10/2011 -
Quantitudes
Quantos sonhos você jogou fora? Quantos caminhos você abandonou? Quantas oportunidades você mandou embora? Quantos desejos você adiou? Quantas saudades você ignora? Quantas cidades você já deixou? Quanto você ainda implora? Quantas ilusões você profetizou? Quanto de você existe agora? Quantos segredos você confessou? Quantos destinos você chora? Quantas esperanças você guardou? Quantas possibilidades você namora? Quantas apostas consigo mesmo você não ganhou? Quanto do seu coração já está pra fora? Quantas das suas canções preferidas você nunca cantou? Quanto de Deus você ainda adora? Quantos pecados você já pecou? ...
continuar a ler

27/10/2011 -
Roda, roda, roda...
A cabeça roda, roda, roda como se nos braços de um pé de valsa. São tonturas, vertigens e estonteamentos. Sou tomado por uma sensação ilusória de movimento à volta do meu corpo. As cadeiras, os quadros, os livros, as plantas, as pessoas, todos rodam em roda de mim. Será que os mundos mineral, animal e vegetal resolveram dançar ao mesmo tempo diante dos meus olhos? E nem é dia de festa ou de apocalipse.
Empalideço. Entonteço. Adoeço. Há um desequilíbrio físico, psíquico ou emocional em curso. Minha cabeça dói. Meus pensamentos seguem embaralhados. Existe todo um caos interior me impossibilitando de separar verdade e mentira, realidade e ficção, possível e impossível. Dessa maneira eu tudo posso e nada posso ao mesmo tempo. É como se o meu eu interior estivesse trocando os passos. ...
continuar a ler
