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Encontrados 3193 textos. Exibindo página 182 de 320.
15/11/2011 -
Amor republicano
Proclamo-a diariamente como uma espécie de república em minha vida. Meus sonhos, cidadãos de mim, elegeram-na democraticamente para governar meus sentimentos. Uma paixão vitoriosa a partir do voto livre e secreto de cada uma das minhas esperanças. E republicano que sou vivo esse amor maquiavélico delegando todos os poderes sobre mim as suas mãos. Você é a chefe do meu estado, a minha rainha, a minha divindade pós-contemporânea e clássica, enfim, o meu republicanismo pelo direito e pelo avesso.
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14/11/2011 -
Tudo é bom
Tudo é bom desde que não seja ótimo. Tudo é bom desde que seja na medida certa, não sendo assim de menos ou demais. Tudo é bom desde que não vicie. Tudo é bom desde que valha a pena. Tudo é bom desde que seja tudo mesmo. Tudo é bom desde que você esteja disposto. Tudo é bom desde que haja cumplicidade em tudo. Tudo é bom desde que ninguém saia ferido. Tudo é bom desde que não tenha volta. Tudo é bom desde que tudo seja permitido. Tudo é bom desde que seja vivido intensamente. Tudo é bom desde que não haja limites. Tudo é bom desde que não haja distinção entre sonho e realidade. ...
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13/11/2011 -
Elevação
Pelo amor das criaturas que nos observam do alto, eleva seus pensamentos. Pensa num tempo sem sofrimento, pensa que por detrás das trevas sempre existe um alento, pensa que a esperança sempre há de ser o nosso melhor rebento. Abstraia-se de toda e qualquer fonte negativa de energia. Rompa os elos com o pessimismo e voa um vôo leve, duradouro, intenso e livre de protestantismo. Reúna seus sentimentos num sentimentalismo capaz de mudar o rumo das coisas concretas e abstratas que lhe cercam, rondam seu corpo e habitam sua alma....
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12/11/2011 -
Sereia
Deixa-me provar sua carne e descobrir enfim o mistério desse sabor que dá água na boca alheia. Quem sabe eu possa sentir o aquecimento do sangue ao percorrer suas entranhas e estimular a energia acumulada em suas lacunas. Quero me lançar ao seu mar como um barco sem âncora em busca de seus tesouros e de seus piratas. Quem sabe eu consiga encontrar sua cidade perdida, sua esperança de felicidade mais apetitosa esquecida entre corais. Quantas saudades pontilhadas em seu horizonte fugaz. Só me perdoe se o seu calor soprando a bombordo aumentar o meu apetite por navegar e mergulhar em seu mar inteiro. ...
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11/11/2011 -
Eu preciso de você
Eu preciso de você como o veleiro precisa de vento. Eu preciso de você como o três precisa do dois e do um e do zero para existir. Eu preciso de você como a luz precisa da escuridão. Eu preciso de você como criador e criatura se precisam. Eu preciso de você como a bailarina precisa de suas pontas. Eu preciso de você como a canção precisa do silêncio. Eu preciso de você como o espelho precisa de alguém para se ver refletido nele. Eu preciso de você como a quiromante precisa das linhas de outras mãos. ...
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10/11/2011 -
Reinvente-se
Pelo amor das criaturas que nos observam do alto, eleva seus pensamentos. Pensa num tempo sem sofrimento, pensa que por detrás das trevas sempre existe um alento, pensa que a esperança sempre há de ser o nosso melhor rebento. Abstraia-se de toda e qualquer fonte negativa de energia. Rompa os elos com o pessimismo e voa um vôo leve, duradouro, intenso e livre de protestantismo. Reúna seus sentimentos num sentimentalismo capaz de mudar o rumo das coisas concretas e abstratas que lhe cercam, rondam seu corpo e habitam sua alma....
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09/11/2011 -
Perdido
Já não sei mais o que pensar, para onde ir, o que querer. Tudo se desmancha no ar. Tudo se perde pelo caminho. Já há mais espinho que flor por toda parte. E viver já deixou de ser uma arte há muitos anos. Meus planos deram errados e meu mundo parece girar fora de órbita. O que será do fim de tudo isso? Por que em tudo há uma falha? Por que atrás de uma boa intenção há sempre um boicote, uma inveja, um canalha? Por que não há anjo ou demônio que realmente nos valha?
Já não sei mais como conviver com tantas mentiras, hipocrisias, azias e más-digestões. Eu já tenho mais silêncios do que canções. Os vagões do meu trem estão cheios de angústias e aflições e respostas evasivas. Há sempre uma espera atrás de outras espera. Quem dera se minha vida não estivesse sempre nas mãos de alguém. Quem dera se eu não dependesse sempre disso e daquilo também. Quem me dera se não houvesse um porém separando o sonho da realidade....
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08/11/2011 -
Como morremos nós...
A fumaça do café, o perfume da macadâmia e o yin e o yang de um incenso morrem como morremos nós. O broto que rasga o solo, o vermelho do sol e a canção do seresteiro morrem como morremos nós. Os casais de namorados, a maciez dos lençóis e a delicadeza das palavras morrem como morremos nós. A penumbra de um ambiente a sós, os nós de marinheiro e as linhas do destino morrem como morremos nós. O desejo mais vívido, a esperança mais inútil e o sentimento mais sórdido morrem como morremos nós.
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07/11/2011 -
Dormir, dormir, dormir...
Eu quero dormir não importa onde. O meu quando é agora. Quero dormir numa cratera da lua. Quero dormir como dorme um ser imaginário. Quero dormir em uma imensa cama de casal. Quero dormir numa angulação perfeita em relação à mulher amada. Quero dormir sobre plumas ou molas. Quero dormir sobre o meu carma. Quero dormir no fio da navalha. Quero dormir distante de galos e relógios. Quero dormir num caminho sem me preocupar se ele vai me deixar ou me levar para aqui ou para lá.
Quero dormir um sono ateu. Quero dormir sem a possibilidade de saber qualquer notícia. Quero dormir o mais absurdo dos sonos. Quero dormir sem limites. Quero dormir falando coisas de amor. Quero dormir numa pausa literária. Quero dormir contra o sol. Quero dormir numa boca molhada. Quero dormir no vai e vem das ondas. Quero dormir entre fragrâncias e brisas. Quero dormir sem me preocupar com a data de validade do meu sono. ...
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06/11/2011 -
Perdi o trem
Estou atrasado, futuro do passado. Perdi o trem das coisas tentando entender o que não tem entendimento. Coisas do amor. Andei demais. Dormi demais. Sonhei demais. Bebi versos e notas de Milton Nascimento. Deixe-me levar pelos tambores de Minas, pelas meninas dos olhos das meninas, embalei a lua como criança nina uma boneca pequenina.
Fiz questão de me desvencilhar do tempo no clube da esquina. Entre serestas e seresteiros dancei com um colombina que tinha lábios de goiabada e língua Rosa Guimarães. Entre um bocadinho de prosa e um trem de causos, puxei uma cadeira pra perto da saia de um fogão a lenha e num braseiro mulher deixei a vida passar despetalando o tempo em trens de bem e de mais bem me quer.
