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24/08/2014 -
Paixão não dá e passa
Essa história de que com o passar do tempo a paixão vai embora e o amor é o que fica não passa de uma grande mentira, posto que eu me apaixono por você nova e novamente várias vezes durante o meu dia.
Eu me reapaixono por você de tantas formas que é impossível acreditar nessa lorota de que a paixão vai embora, pois em mim, no que diz respeito a você, ela só faz conquistar mais e mais espaço a cada momento.
A paixão não envelhece, pois, como o fogo, renova-se por conta própria e se um dia ela deixa de arder, esfria ou não faísca mais é porque algo está errado, já que meu apaixonamento por você é moto-contínuo. ...
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12/01/2012 -
Palavra de Xangô
Ninguém pode dizer que não sabia. Ainda no ano passado Xangô mandou avisar que ia fazer reboliço na justiça dos homens. O caos no Judiciário é resultado das machadadas do deus do trovão. Escândalo, baixaria, corrupção. Xangô não perdoa. Não tem misericórdia. Xangô é duro, austero e violento, justiceiro como ele só. O rei do fogo tem a mão firme na hora de julgar e proceder. Troca de acusações. Denúncias. Disputa de poder. Da crise da justiça nascerá uma nova justiça. Kawó-Kabiesilé Xangô!
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27/05/2011 -
Palavras à mão
Quando escrevo, esqueço as teclas do teclado. Penso somente na caneta deslizando, como uma bailarina, pelo papel sem pautas. Em cada variação de letra ou em cada pausa mais corrida, deparo-me com a manifestação explícita do sentimento. Escrevo ao ritmo do vento que me dita linhas e versos. Um ritmo que varia, que oscila, que palpita. Não me preocupo com a caligrafia, minha letra segue quase ilegível até mesmo por mim. É como um código poético, aberto apenas pela chave da alma.
Letras correntes como água vinda da fonte. Letras lançadas ou cravadas na página, conforme o impulso, o instinto, a inspiração dominantes. Ao contrário do barulho das teclas pressionadas pela ponta dos dedos, o choro do parto das palavras nascidas do ventre das mãos. As palavras vão se acomodando sem muita ordem. Qualquer obediência às regras da formatação poderia por fim ao processo criativo em curso. Escrever à mão é uma tarefa delicada como esculpir um rosto ou prescrever uma receita médica. ...
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20/05/2016 -
Palavras do meu interior
O que eu faço é entregar o que eu tenho de bom. O que eu faço é dar o que eu tenho por dentro de sobra – palavras, palavras, palavras. Ofereço palavras como quem oferece um bombom. Palavras de silêncio e sem som. Palavras que saem de mim como lava. E eu sou um vulcão nada adormecido, posso cochilar, mas não durmo quando o assunto é sonhar, imaginar, amar. Se palavras quiserem, palavras terão. Se palavras me derem, palavras se amarão. Palavras de amor, de saudade, de esperança, de espiritualidade, de lua, de mato, de rio, de mar, de verdade, de paz. Palavras que vem e vão mesmo quando eu não vou. Palavras de quem amou, ama e amará demais em palavras que vão se encontrando, se proliferando e brotando como casais pelo cais, pelos coqueirais, pelos milharais, pelos arraiais que existem em meu inteiro amor, em meu inteiramor, em meu interior.

05/02/2013 -
Palavras na cozinha
Palavras areadas. Palavras peneiradas. Palavras no escorredor. Palavras pré-cozidas e cozidas por inteiro. Palavras recheadas. Palavras em fogo alto. Palavras souteé. Palavras moídas. Palavras de vez e maduras na mesma fruteira. Palavras ao alho e óleo. Palavras de avental. Palavras ferventes. Palavras mexidas. Palavras marinadas. Palavras desidratadas. Palavras ensopadas. Palavras de cheiro verde.
Palavras crocantes. Palavras no tabuleiro. Palavras em ponto de suspiro. Palavras sovadas. Palavras de geladeira. Palavras apimentadas. Palavras instantâneas. Palavras cortadas na ponta da faca. Palavras em camadas. Palavras derretidas. Palavras em banho-maria. Palavras lambuzadas. Palavras no azeite. Palavras em conserva. Palavras frescas. Palavras fermentadas. Palavras em calda. Palavras em brasa....
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Pantofobia
Medo de bala perdida. Medo de juros bancários. Medo da cotação do dólar. Medo de se envolver demais. Medo de dar e de não dar esmola. Medo aéreo, terrestre, aquático e até subterrâneo. Medo do aquecimento global. Medo de calorias. Medo do estresse. Medo de andar na rua à noite e durante o dia também. Medo de sinal vermelho. Medo de não ficar desempregado. Medo de politicagem. Medo dos extremos. Medo dos ácaros. Medo do diferente. Medo da dor. Medo de lugares fechados e abertos demais. Medo de vento, de redemoinho, de furacões e de outras variações do sopro divino. Medo de ficar sozinho. Medos das flores do espinho. Medo do fracasso. Medo de fenômenos cósmicos. Medo de ser roubado. Medo do espelho. Medo do conhecimento. Medo da segunda-feira. Medo de estar sendo vigiado. Medo de se apaixonar. Medo de ser avaliado negativamente. Medo de pensar. Medo de envelhecer. Medo de sentir prazer. Medo de tecnologia. Medo de mudanças. Medo de sonhar. Medo de ter responsabilidade. Medo de ser tocado. Medo da exclusão. Medo da felicidade. ...
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23/06/2012 -
Para além da Rio+20
Ao contrário de riscar um fósforo, plante uma árvore. No lugar de esmolas, dê sementes de solidariedade. Ao planejar o futuro não esqueça de que ele, o futuro, começou ontem. A melhor arma contra a poluição sonora? Tom Jobim. Ao jogar lixo no chão imagine-se sem chão. Lembre-se de que é uma natureza tão bela quão furiosa quem está no topo da cadeia alimentar. Mais do que reciclar lixo, recicle seus pensamentos. Cuidado, o preconceito é extremamente tóxico. Apague as luzes para que as estrelas possam ficar visíveis....
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Para além do espelho
- Oi.
Silêncio.
- Eu acho que não nos conhecemos?
Silêncio.
Silêncio.
- Você se lembra de mim?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
- Você está de passagem?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio.
Você não vai dizer nada, não é?
Silêncio.
Silêncio.
Silêncio....
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17/01/2010 -
Para além dos estádios
Domingo e estádios de futebol criaram laços difíceis de serem separados. Eu nunca fui apaixonado por gramados cercados por arquibancadas de concreto. Tanto que só entrei em um estádio ao longo de minha vida. E não foi Maracanã ou Morumbi, mas Wilson Fernandes de Barros. Um estádio para pouco mais de vinte mil pessoas erguido em uma cidade que tinha um público, no máximo, quatro vezes maior que isso.
O nome do estádio fazia referência ao principal patrocinador do clube – Barros Auto Peças. O seu Wilson, um português, tomou o time como seu e levou o sapo (mascote do clube) a grandes saltos. Levado por meu pai, eu vi Rivaldo marcar um gol do meio campo, vi os dribles de Leto, os chutes de Válber e ainda saboreei muito picolé de groselha e amendoim em casca. ...
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02/06/2010 -
Para além dos limites
Cheguei ao limite. Aliás, acho que já ultrapassei o limite em alguns passos. Tudo agora parece mais complexo. Ah! Como seria mais fácil caminhar com os pés no chão. Mas eu quis viver com a cabeça nas nuvens. Meu pai queria que eu fosse doutor advogado servidor de carreira. Porém, eu escolhi sonhar. Ou melhor, os sonhos me escolheram como poeta. E não troco os meus romances por nada. Prefiro os meus personagens a muitas pessoas de carne e osso. Aliás, sempre preferi ficção à realidade.
Por isso dou duro para transformar o dia-a-dia em ilusão. Não é fácil viver um conto, uma crônica, um poema por dia. Mas eu tento e invento um caminho paralelo, um violoncelo no meio da rua, um olhar que flutua em outro olhar, um astronauta apaixonado por um escafandrista trocando beijos entre o mar e o luar. Viver transformando pedra em coração é uma tarefa desgastante, angustiante, apaixonante. Por isso, cheguei ao limite. De agora em diante não sei o que mais pode acontecer. ...
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