Daniel Campos

Ou exibir apenas títulos iniciados por:

A  B  C  D  E  F  G  H  I  J  K  L  M  N  O  P  Q  R  S  T  U  V  W  X  Y  Z  todos

Ordernar por: mais novos  

Encontrados 278 textos. Exibindo página 28 de 28.

O mar e os barquinhos de papel

Hoje, o olhar da mulher do mar se debruça de um jeito diferente. Dias como hoje, são dias com o mesmo sol, com a mesma lua, com o mesmo movimento de rotação da terra. Mas nos olhos da mulher do mar o dia acontece diferente. Talvez o sol tenha um pouco mais de brilho, embora seja inverno. Talvez a lua esteja uma pouco mais sozinha, embora continue com as mesmas companhias. Talvez a terra gire um pouco mais devagar, quadro a quadro, embora não tenha ares de cinema. Talvez. Entretanto, nos olhos da mulher do mar há algo de diferente. Não que seus olhos sejam comuns nos outros dias, porém, hoje, em especial, ganham um quê a mais....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

O óbvio dos corações

"Bate outra vez, com esperanças o meu coração", este verso de Cartola vai além do óbvio. Nelson Rodrigues dizia que a graça da vida está no óbvio, mas não existe nada mais óbvio do que irmos além dele próprio. Perdão pela redundância. A vida parece não nos seduzir se for de uma obviedade descarada, se for certa demais, calculada ao extremo, consumada de acordo com nossos prognósticos... Por isso, o encanto está em descobrir as obviedades da vida. Parece simples, mas para realizarmos esse feito temos que ir para os confins dela, olhá-la de fora como um estranho e só então voltarmos a ela....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

O racismo precisa de uma resposta

Antes de velejar texto adentro, queria pedir benção para aquela que é uma das melhores personificações de justiça, para aquela que é guerreira dentro e fora dos tribunais, para aquela que acredita sonha batalha por uma causa maior: o humano. Falo da doutora Luislinda Dias Valois Santos, que motivou a construção destas linhas. A benção, Luislinda de Todos os Santos e muito axé a todos os negros e negras, de pele ou de coração, como este poeta aqui, que sonham por um Brasil mais justo, mais igual e, sobretudo, mais poético. Pena que esse país não seja a mesma aspiração dos donos da ordem e do progresso....
continuar a ler


Comentários (1)

O silêncio que não se ouve

Grita ao longe uma voz muda pedindo silêncio. Quem corria pelas ruas, em carros, trens, ônibus, ou com os próprios pés, antes mesmo de o dia abrir suas portas, ou melhor, de amanhecer, voltam seus olhos aos relógios e se calam por um minuto. Alguns mais, outros menos, mas uma fração de segundo emudece nos corpos com vida.

Milhões e milhões se envolvem num luto imaginário. Os que amanhecem, os que cultivam o sono e os que ainda não dormiram. A todos é imposta à dor da perda. Ao contrário dos romances, o céu de São Paulo não se veste de preto, tampouco derrama um choro esquivo. O sol nasce como na maioria dos dias e não surge fosco, esboça-se simplesmente sol. Mesmo com a rotina dos astros celestes sendo cumprida, a cidade insiste em parar....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

O sonhador do novo oeste

Bom-dia senhores passageiros. Quero um minutinho da sua atenção. Estou desempregado e por isso estou vendendo canetas. Minha mãe é doente do coração, tenho cinco irmãos pequenos e tenho que ajudar nas despesas de casa. Se vocês não puder comprar a caneta, podem me dar qualquer ajuda. Muito obrigado. Tenha uma boa viagem!

Brasília, primeira quarta-feira de agosto, 7h45, via W3, sentido norte-sul. Um ônibus verde e trêmulo pára em frente ao supermercado Carrefour Bairro nas imediações da quadra 712 Norte. Pela porta traseira entra um jovem de calça jeans descorada e camiseta com listras azuis e brancas entra no ônibus. Com gestos rápidos, distribui canetas de plástico colorido. São canetas amarelas, azuis e vermelhas. Preso em cada uma das canetas, um papelzinho retangular com a seguinte inscrição:...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

O sonho acabou

Enquanto degusto uma boa média composta por um pãozinho francês de cinqüenta centavos e uma xícara de café inflacionado, fico sabendo que o mexicano Carlos Slim ultrapassou Bill Gates na lista dos mais ricos do mundo. Mas o que me interessa saber que o líder do clube dos ricos tem 67,8 bilhões de dólares contra 59,2 bilhões do segundo colocado? Que apenas um quarto dos países do mundo é mais rico do que a fortuna de Slim? Que o patrimônio desses dois é maior do que a soma de todas as riquezas produzidas em Cingapura, que é um dos badalados tigres asiáticos? Resposta: tudo....
continuar a ler


Comentários (2)

O teatro das luzes seminuas

Com o atraso costumeiro do último convidado, o escuro tomou uma multidão de olhares sem sequer tentar alguma desculpa. Rapidamente, as luzes brancas, amarelas, vermelhas explodiram em milhões de quase-noites. "Quase" porque ninguém se deparou com os rastros de uma estrela ou, com as caudas picotadas de um cometa ou com o vôo tonto de um vaga-lume. Por detrás das cortinas, o teatro se tornava um deserto escuro, povoado por esperas que, de aflitas, ficavam tontas como os vaga-lumes que não existiam ali....
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Outra vez solidão

O giro da chave era como um sim. Sim. Aquela mulher estava decidida. Não sabia se estava apaixonada, amando, se iludindo ou se a última caixa de remédios que tomara para impressionar a mãe havia afetado seus pensamentos. Mas o importante naquele momento não era a causa. E sim a decisão. E a decisão estava mais do que amadurecida. Afinal, ficara a noite toda pensando. Ou melhor, as últimas noites. Trocara o sonho com roupas de grife, por um sonho mais real. Ao menos, ela achava que o sonho poderia ser mais real. ...
continuar a ler


Comentar Seja o primeiro a comentar

Primeira   Anterior   24  25  26  27  28